Desenhos de sonhos que acompanharam a edição sentinela da Revista Garupa
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Há um tempo desenvolvo um caminho diário-narrativa-imagem para pescar signos, produzir desenhos e levá-los de volta para o sonho. Usar o sonho. Por isso quis muito esse procedimento para a nona edição da Garupa. Foi bonito porque o convite chegou pela Julya e pelo Augusto, com quem já conversei muito sobre a carne e as situações de mar que vi em sonhos e trouxe para a revista. Comecei por cores terrosas olhando as cenas de barro e chuva que sempre surgem, depois trouxe para os desenhos os touros, os peixes e as mãos que tinha contado para Julya e a tríade de mares furtivos que o Augusto me ensinou a ver como deslocamento, e não exclusivamente como morte. Os primeiros nanquins pretos e azuis atravessaram o fim do ano 2019 e trouxeram outros sonhos muito diferentes. Foi quando o vermelho e o coral entraram nas ilustrações. Quero entender como as imagens dialogam com os textos da edição e espero que o caminho que construo nos desenhos sirva também para quem lê. Revirar o terror e as intensidades via imagens; revisitá-las e usar o sonho, justo agora.